Em um mundo cada vez mais inclusivo, o marketing de diversidade tornou-se indispensável.

O marketing é, acima de tudo, uma das grandes ferramentas de comunicação social da atualidade. Assim, as grandes peças publicitárias que guiaram o mercado dos últimos anos foram responsáveis pela divulgação de produtos, mas também de novas tendências e costumes. E é nesse ponto que o marketing de diversidade se destaca.
Afinal, o que realmente é o marketing de diversidade? Qual a sua importância e como aplicar os seus preceitos de forma geral?

Marketing de diversidade

O conceito de marketing de diversidade, para ser melhor explicado, precisa ser desconstruído. Primeiro, o que é diversidade? Segundo a organização Oxfam, “diversidade é qualidade do que é diverso, um conjunto variado de coisas ou pessoas que integram um todo”.
Dessa forma, perceba como a palavra descreve com perfeição a população brasileira. E não estamos falando apenas de diferentes etnias: o Brasil é diverso em religiões, culturas, origens e muito mais. Além disso, quando se fala de diversidade, deve-se incluir a questão de gênero, as orientações sexuais e as pessoas com deficiências físicas ou mentais.
Com certeza, não precisamos explicar o que é marketing e nem o seu papel para um negócio. Apesar disso, como o marketing e a diversidade se conectam?
Bom, basta pensar que toda propaganda conversa de alguma forma com a sociedade. Sendo a sociedade tão diversa, deixar grande parte dela de fora dessa comunicação é um grande erro.

E como funciona na prática?

Trazendo para a realidade, há muita dúvida sobre como aplicar os preceitos do marketing de diversidade. Principalmente, por ser um tema sensível, em que diversas marcas já erraram nas suas abordagens, o que mais atrapalhou do que ajudou em suas estratégias.

A mudança começa de dentro

Primeiro, é preciso tirar o elefante da sala: a diversidade não deve ser apenas uma ferramenta de propaganda dentro da sua organização. Muitas empresas acabam sofrendo com críticas pesadas por criarem campanhas em que a inclusão e a igualdade são pontos centrais, sem que isso seja visto internamente.
Por conta disso, a primeira aplicação da diversidade vem através de uma equipe com vozes e experiências diferentes. É muito importante que pessoas com lugares de fala diversos participem da criação de peças, tanto aquelas que colocam pautas sociais como centro, como aquelas com outros objetivos.
Sobre isso, Kevin Sullivan, ex-vice presidente da Apple, disse: “diversidade não é um trabalho social, mas uma parte vital dos negócios”.

Reconhecendo as diferenças do seu público-alvo

Agora, vamos para o marketing em si. Primeiro, apague da sua mente a imagem padrão do marketing de diversidade como aquela propaganda com pessoas de várias etnias.
Assim, diversidade real no marketing é observar as diferenças do seu público-alvo e reconhecê-las, tanto na publicidade quanto na oferta de produtos.
Não apenas tentar, mas realmente dialogar e permitir que pessoas de diferentes idades, etnias e orientações sexuais se identifiquem com o que foi apresentado.
Um excelente exemplo são as marcas de maquiagem que ampliam os seus leques de produtos com relação a diferentes cores de pele. Outro exemplo são marcas de roupa que passam a fabricar diversos tamanhos diferentes e/ou produzem peças sem gênero específico.
Além disso, temos as campanhas que apresentam linguagem em braile ou recursos com texto alternativo, para que as pessoas cegas também possam entender a mensagem que está sendo passada.

Dá para fazer marketing de diversidade sem planejamento?

Não mesmo! Temas sociais, mais do que nunca, precisam de uma grande dose de sensibilidade e conhecimento para serem abordados. Além disso, como já dito, quem aplica a diversidade no trabalho deve, naturalmente, ter lugar de fala naquela posição.
Dessa forma, é preciso ter uma estratégia robusta, que comece no desenvolvimento do produto e vá até a avaliação da reação do público para ajustes e aprendizagem. Outro ponto importante é não pensar na diversidade como uma simples forma de se adequar ao politicamente correto.
Lembra a fala do ex-vice-presidente da Apple, que citamos lá em cima? É exatamente assim que a estratégia deve incluir a diversidade: como parte do negócio, não apenas ativismo. Assim, também se evita a questão das críticas por usar bandeiras sociais como ferramenta de mercado.

Pesquisas são claras: marketing de diversidade dá resultados

Há um certo medo em aplicar estratégias de diversidade, principalmente por envolver sair do lugar de conforto. Entretanto, a forma mais simples de mostrar que essa abordagem funciona é por meio de diversas pesquisas de empresas especialistas:

● O Instituto Akatu informou que 53% dos brasileiros acreditam que as empresas devem ter um papel social.
● Segundo a Youpper e Netquest, 74% das pessoas preferem modelos com corpos e rostos reais, fora de padrões distantes de beleza; 46,8% querem ver mais pessoas negras na publicidade; e 34,8% apoiam a inclusão de pessoas LGBTQIA+.
● A McKinsey & Company, empresa de consultoria, divulgou que empresas com estratégias de diversidade costumam obter 35% mais lucros.

Conclusão: mais representação, mais público

Por fim, percebeu como, ao trazer diferentes faces para o seu marketing, o público alcançado se torna bem maior? Não é uma questão de moda ou hype: a diversidade é uma constante que não pode ser ignorada.
E mais: o marketing de diversidade pode ser o ponto de virada para o sucesso das suas campanhas, mudando totalmente a forma como o mercado enxerga um produto, empresa ou serviço. Por isso, trate de adotá-lo em todas as suas estratégias!
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